Pinceladas Históricas: a arte ao longo dos anos - Parte 3 - BLOG

Raquel Vallades & David Carvalho | 12/09/2025

Pinceladas Históricas: a arte ao longo dos anos - Parte 3

No primeiro artigo da série Pinceladas Históricas trouxemos um pouco sobre o Barroco, Neoclassicismo, Fauvismo, Expressionismo e Cubismo.

No segundo artigo trouxemos um pouco sobre os movimentos Futurismo, Dadaísmo, Abstracionismo, Surrealismo e Pop Art.

Hoje, na última edição da série, continuamos nossa passagem ao longo dos anos da história da arte com mais alguns movimentos que posso dizer, são alguns dos nossos favoritos! Confira:

ART NOUVEAU

O Art Nouveau ou Arte Nova teve início na Europa em meados da década de 1890 a 1910. Trata-se de um estilo artístico que se manifesta nas artes plásticas, decorativas, gráficas e também na escultura, arquitetura e design.

Movimento é sinônimo de Art Nouveau, já que uma das suas principais características são suas linhas dinâmicas, ondulantes e assimétricas, tendo assim uma forma mais orgânica e complexa. Além disso, a Art Nouveau evidencia a natureza, como flores, folhas e animais, sendo uma oposição ao romantismo.

No Brasil, esse estilo ganhou espaço especialmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Na capital paulista podemos destacar o Castelinho da Brigadeiro, o Colégio Santa Inês e a Vila Penteado. Já no Rio, a Confeitaria Colombo, a Casa Vilino Silveira e o Relógio da Glória.

Eliseu Visconte, pintor e designer ítalo brasileiro é considerado o pioneiro do design no Brasil. Além dele, o artista sueco Carlos Eckmann foi o responsável por projetar, em 1902, a "Vila Penteado", em São Paulo. Na época, a mansão foi construída para a família Penteado e hoje é pertencente à Universidade de São Paulo (USP).

A Art Nouveau foi substituída pela "Art Déco" em 1910.

ESTILO INTERNACIONAL

Nascido na Europa após a Primeira Guerra Mundial para reerguer as cidades destruídas, o Estilo Internacional foi considerado um símbolo do progresso.

Funcionalismo é sua característica principal, com foco em obras práticas e úteis, deixando de lado as cores e ornamentações, mas sem deixar de exaltar os materiais e elementos modernos. Formas retilíneas; superfícies planas; espaços interiores abertos; aspecto minimalista e ambientes amplos eram outras características que se destacavam dentro desse estilo.

Entre os artistas do Estilo Internacional podemos destacar Le Corbusier, Robert Mallet-Stevens e Ludwig Mies van der Rohe.

A partir de 1970, o estilo começou a ser considerado restrito e estereotipado, dando lugar ao pós-modernismo.

BAUHAUSS

Bauhaus foi a primeira e mais importante escola de design do mundo. Criada pelo arquiteto Walter Gropius em 1919, na Alemanha, seu nome surgiu da junção de duas palavras em alemão: “bauen” (“para construir”) e “haus” (“casa”).

Sempre à frente do seu tempo, a escola apresentava uma visão pioneira que entrelaçava todas as artes, unificando disciplinas como pintura, desenho industrial e escultura, sem desprezar outras artes que eram consideradas inferiores como tecelagem e marcenaria. Uma junção entre o artesão e o artista.

Por ter surgido em um momento de pós-guerra, o objetivo da Bauhaus era tornar tudo funcional, sem adornos, mas ainda assim, artístico e confortável. “A forma segue a função”, frase do arquiteto Louis Sullivan, resume bem a essência da escola. Visando tornar os produtos democráticos, o conceito valorizava os processos manuais, mas sem deixar de reproduzir essas peças em larga escala no processo industrial.

As características da Bauhaus estão em todos os lugares até hoje. Suas linhas retas, simples e formas geométricas; a cor branca que destaca as estruturas e a valorização das áreas arejadas com fachadas cheias de janela, são partes da sua personalidade funcional.

Além de seu fundador, Walter Gropius, a Bauhaus contou com outros grandes nomes como o arquiteto suíço Hannes Meyer, responsável pelo contexto industrial que citamos aqui, focando na produção em massa. Já o renomado arquiteto Mies van der Rohe primava pela utilização de uma geometria clara e sofisticada. Não podemos deixar de citar também a artista têxtil Gunta Stölzl; ela foi a responsável por introduzir o desenho abstrato na tecelagem.

Funcionando por apenas 14 anos, a escola fechou em 1933 após perseguições do governo nazista, mas suas influências ficaram para história, como o design clean e as linhas funcionais que podem ser observadas, por exemplo, no iPhone.

MODERNISMO

O Modernismo surgiu em 1922 e foi caracterizado por diferentes manifestações artísticas no Brasil e na Europa.

Liberdade foi a palavra que definiu o movimento. Rompendo com o passado, o Modernismo abraçava o novo e a busca pela identidade. Recusa aos moldes acadêmicos; liberdade criativa e de expressão; espontaneidade, irreverência e linguagem popular são outras características do movimento.

A Semana da Arte Moderna foi o primeiro movimento modernista no Brasil. O estilo teve grande impacto na literatura nacional. Entre os escritores do período estão: Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles.

No Brasil, o Modernismo foi dividido em três fases: Primeiro Modernismo (1922-1930), Segundo Modernismo (1930-1945) e Terceiro Modernismo (1945-1960), quando chega ao fim.

ART DÉCO

A Art Déco, do francês "Arts Décoratifs", significa Artes Decorativas e surgiu em 1925, voltando-se à burguesia parisiense com a utilização de materiais caros, tornando-se popular depois de uma exposição em Nova York em 1934.

Com uma presença marcante na arquitetura, a Art Déco usa muito das formas geométricas, linhas retas e circulares estilizadas em materiais como jade e marfim.

Os pintores alemães Emil Nolde, Ernst Ludwig Kirchner e Erich Heckel são alguns dos principais nomes internacionais da Art Déco. No Brasil, destacamos o escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret.

Em termos de construções, podemos destacar o Rockefeller Center e os elevadores do Empire State Building em Nova York, além do Elevador Lacerda em Salvador, o Viaduto do Chá e o Estádio do Pacaembu em São Paulo.

Com o passar dos anos, a partir de 1930, quando “A Grande Depressão” reduziu o poder econômico da população, a Art Déco viu o seu declínio.

MINIMALISMO

Muito se fala em Minimalismo hoje em dia, mas a expressão vem do inglês Minimal Art e faz referência aos movimentos estéticos, científicos e culturais que surgiram em Nova York, entre o fim dos anos 50 e início dos anos 60.

Essencialismo é uma boa palavra para definir a característica principal desse movimento, pois ele primava pela redução de recursos ao nível essencial. Por aqui, nada de futilidades! Sua arte é crua e abstrata, revelando sua origem industrial, assim como a natureza dos materiais que compõem sua obra.

No design, alguns dos nomes que podemos destacar são: Philippe Starck, Shiro Kuramata e John Pawson.

A arte atual continua sendo influenciada pelo Minimalismo, onde podemos ver desde ilustrações mais simples ao design mais clean de alguns jogos.

A arte continua se transformando, se misturando e se conectando com as nossas vidas. Afinal, nós criamos e consumimos arte há milhares de anos e isso nos faz nos reconhecermos como humanos, nos expressando e dando sentido à vida.

Conhecer mais sobre a história da arte nos faz perceber que o nosso próprio desenvolvimento acontece por meio de suas múltiplas linguagens, como na música, na pintura, nos filmes, na arquitetura, na pintura, no design e em tantas outras formas artísticas que nos ajudam a melhorar a nossa comunicação, a expressão dos nossos sentimentos e até mesmo o entendimento da nossa existência e do nosso mundo.

Hoje finalizamos nossa série Pinceladas Históricas, mas se tiver sentido falta de algum estilo, nos envie uma mensagem, ficaremos felizes em poder complementar e compartilhar nossas descobertas para vocês!

Confira os outros artigos da série:

Parte I
Parte II